quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Memorial de Mandela: para compreender este dia muitas aulas de história


Resolvi escrever sobre o Memorial de Mandela no estádio da África do Sul,  basicamente porque nos últimos dias o que mais se vê circulando em jornais, revistas e principalmente nas redes sociais refere-se a interpretação de uma imagem descontextualizada, deixando a grandiosidade e o significado do evento para um segundo plano.

Encontrei um número incontáveis de comentários nas redes sociais e em jornais relacionados a animada conversa entre Obama, o primeiro-ministro do Reino Unido e a premiê dinamarquesa e o "selfie" destes no funeral.  
Por sua vez, encontrei alguns poucos comentários a respeito dos discursos dos líderes mundiais sobre a importância de Mandela para o Mundo.

Fiquei pensando como pessoas públicas, como por exemplo, Michele e Obama, conseguem sobreviver aos holofotes e a imprensa marrom, uma vez que estes não utilizam e nem precisam deste artifício para se manter na mídia.

Sei,  podemos culpar o público ávido por fofocas, boatos e escândalos ou o número expressivo de artistas, celebridades e pessoas públicas que cada vez mais utilizam-se destes meios para aparecer e ganhar espaço nas mídias e assim conquistar a autopromoção, a fama e o sucesso.

Isto tudo já estamos cansados de ver e saber, mas esta semana, fiquei preocupada com o jornalismo raso e superficial que divulgou uma foto que colaborou na propagação de um fato sem relevância para a coletividade mundial. 

Em uma sociedade tão centrada no individualismo, aparências e no imediatismo precisamos de um jornalismo que colabore com a reflexão. 
Com apenas um twitter ou um clique hoje é possível tornar fatos e conclusões (falsas ou não) irrevelantes em  questões interessantes e importantes ao mundo.


O papel do jornalismo não deve se restringir a manutenção de determinados comportamentos vigentes antiéticos e além disso, ainda por cima, desrespeitando a nossa inteligência de leitores.


Aproveito para ressaltar a fala da nossa presidenta Dilma que falou o essencial:  Mandela fez muita diferença neste mundo, e nós os brasileiros nos orgulhamos do sangue africano que corre em nossas veias.

10 de dezembro de 2013 - Um dia para não esquecermos: 

Foi o dia dos 65 anos de celebração da Declaração Universal dos Direitos Humanos e o dia em que nossos líderes mundiais reverenciarem  Mandela no seu Memorial.

A celebração da vida de Mandela foi uma aula de história e da luta dos direitos humanos.


Teríamos uma enorme lista a percorrer para entender minimamente o dia 10 de dezembro como:

- O final da 2ª grande guerra mundial;

- A divisão colonial recente da África e seu processo de libertação;

- O papel da Inglaterra, Estados Unidos, Cuba e outros durante o apartheid e no processo de libertação da África;

- Relação Cuba e os Estados Unidos: o significado de ver o Obama cumprimentando o presidente de Cuba Raul Castro ;


- O papel do Brasil de um país subdesenvolvido e submisso a protagonista no cenário mundial;


- O significado de Obama dizer que foi influenciado por Mandela. 
Lembramos que os pais do presidente se uniram quando na maior parte dos estados americanos era proibida a união entre pessoas de diferentes raças;

- A luta contra a segregação racial e contra o racismo no mundo;

- O papel e a articulação entre CNA, sindicatos, a cooperação internacional, a igreja e etc... para acabar com o apartheid;


-  Como o racismo ainda impera e emperra a sociedade no Brasil, sendo que somos o segundo país com a maior população de etnia negra;

Rapidamente listei meia dúzia de temas que nos ajudariam a compreender o significado do dia 10 de dezembro, e  é claro faltam muitos outros...


Mandela ao final da sua autobiografia diz:


“Eu caminhei essa longa estrada para a liberdade. Mas eu descobri que depois de escalar uma grande montanha, há outras montanhas a serem vencidas.

Eu descansei por um instante para apreciar a incrível vista que me cercava. 

Olhei para trás e vi a distância que percorri. Mas só posso descansar por um momento. 

Porque com a liberdade vêm outras responsabilidades. E sequer me atrevo a demorar a continuar. 

A minha caminhada ainda não terminou”.

Nelson Mandela





A caminha de Mandela não terminou, nós a continuaremos até o final na luta pelos Direitos Humanos.


Hora de descansar e apreciar a obra Mandela, agora é conosco que continuamos por aqui. 




É, 2013 é o ano do "selfie" e ainda por cima na frente do espelho ou no elevador. 



                               

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