Resolvi escrever sobre o Memorial de Mandela no estádio da África do Sul, basicamente porque nos últimos dias o que mais se vê circulando em jornais, revistas e principalmente nas redes sociais refere-se a interpretação de uma imagem descontextualizada, deixando a grandiosidade e o significado do evento para um segundo plano.
Encontrei um número incontáveis de comentários nas redes sociais e em jornais relacionados a animada conversa entre Obama, o primeiro-ministro do Reino Unido e a premiê dinamarquesa e o "selfie" destes no funeral.
Por sua vez, encontrei alguns poucos comentários a respeito dos discursos dos líderes mundiais sobre a importância de Mandela para o Mundo.
Por sua vez, encontrei alguns poucos comentários a respeito dos discursos dos líderes mundiais sobre a importância de Mandela para o Mundo.
Fiquei pensando como pessoas públicas, como por exemplo, Michele e Obama, conseguem sobreviver aos holofotes e a imprensa marrom, uma vez que estes não utilizam e nem precisam deste artifício para se manter na mídia.
Sei, podemos culpar o público ávido por fofocas, boatos e escândalos ou o número expressivo de artistas, celebridades e pessoas públicas que cada vez mais utilizam-se destes meios para aparecer e ganhar espaço nas mídias e assim conquistar a autopromoção, a fama e o sucesso.
Isto tudo já estamos cansados de ver e saber, mas esta semana, fiquei preocupada com o jornalismo raso e superficial que divulgou uma foto que colaborou na propagação de um fato sem relevância para a coletividade mundial.
Em uma sociedade tão centrada no individualismo, aparências e no imediatismo precisamos de um jornalismo que colabore com a reflexão.
Com apenas um twitter ou um clique hoje é possível tornar fatos e conclusões (falsas ou não) irrevelantes em questões interessantes e importantes ao mundo.
Em uma sociedade tão centrada no individualismo, aparências e no imediatismo precisamos de um jornalismo que colabore com a reflexão.
Com apenas um twitter ou um clique hoje é possível tornar fatos e conclusões (falsas ou não) irrevelantes em questões interessantes e importantes ao mundo.
O papel do jornalismo não deve se restringir a manutenção de determinados comportamentos vigentes antiéticos e além disso, ainda por cima, desrespeitando a nossa inteligência de leitores.
Aproveito para ressaltar a fala da nossa presidenta Dilma que falou o essencial: Mandela fez muita diferença neste mundo, e nós os brasileiros nos orgulhamos do sangue africano que corre em nossas veias.
Aproveito para ressaltar a fala da nossa presidenta Dilma que falou o essencial: Mandela fez muita diferença neste mundo, e nós os brasileiros nos orgulhamos do sangue africano que corre em nossas veias.
10 de dezembro de 2013 - Um dia para não esquecermos:
Foi o dia dos 65 anos de celebração da Declaração Universal dos Direitos Humanos e o dia em que nossos líderes mundiais reverenciarem Mandela no seu Memorial.
A celebração da vida de Mandela foi uma aula de história e da luta dos direitos humanos.
Teríamos uma enorme lista a percorrer para entender minimamente o dia 10 de dezembro como:
- O final da 2ª grande guerra mundial;
- A divisão colonial recente da África e seu processo de libertação;
- O papel da Inglaterra, Estados Unidos, Cuba e outros durante o apartheid e no processo de libertação da África;
- Relação Cuba e os Estados Unidos: o significado de ver o Obama cumprimentando o presidente de Cuba Raul Castro ;
- O papel do Brasil de um país subdesenvolvido e submisso a protagonista no cenário mundial;
- O significado de Obama dizer que foi influenciado por Mandela.
Lembramos que os pais do presidente se uniram quando na maior parte dos estados americanos era proibida a união entre pessoas de diferentes raças;
Lembramos que os pais do presidente se uniram quando na maior parte dos estados americanos era proibida a união entre pessoas de diferentes raças;
- A luta contra a segregação racial e contra o racismo no mundo;
- O papel e a articulação entre CNA, sindicatos, a cooperação internacional, a igreja e etc... para acabar com o apartheid;
- Como o racismo ainda impera e emperra a sociedade no Brasil, sendo que somos o segundo país com a maior população de etnia negra;
Rapidamente listei meia dúzia de temas que nos ajudariam a compreender o significado do dia 10 de dezembro, e é claro faltam muitos outros...
Mandela ao final da sua autobiografia diz:
“Eu caminhei essa longa estrada para a liberdade. Mas eu descobri que depois de escalar uma grande montanha, há outras montanhas a serem vencidas.
Eu descansei por um instante para apreciar a incrível vista que me cercava.
Olhei para trás e vi a distância que percorri. Mas só posso descansar por um momento.
Porque com a liberdade vêm outras responsabilidades. E sequer me atrevo a demorar a continuar.
A minha caminhada ainda não terminou”.
Nelson Mandela
A caminha de Mandela não terminou, nós a continuaremos até o final na luta pelos Direitos Humanos.
Hora de descansar e apreciar a obra Mandela, agora é conosco que continuamos por aqui.
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