segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

AINDA ASSIM, EU ME LEVANTO




Quem é Maya Angelou?

Marguerite Ann Johnson, nome real da escritora e poeta estadunidense Maya Angelou, nasceu em St. Louis, Missouri, no dia 4 de abril de 1928.

Passou a infância na Califórnia, Arkansas, e St. Louis, e viveu com a avó paterna, Annie Henderson, na maior parte de sua infância. Quando tinha 8 anos, ela foi estuprada pelo namorado da mãe em St. Louis; isto levou a anos de mudez para Maya que finalmente superou com a ajuda de uma vizinha atenciosa, e um grande amor pela literatura.

Aos 17, Maya se tornou a primeira motorista negra de ônibus em São Francisco e tornou-se mãe solteira ao dar a luz ao seu primeiro filho, em uma época em que isso não era comum; em anos posteriores, ela se tornou a primeira mulher negra a ser roteirista e diretora em Hollywood. 

Na década de 50 - quando surgiu com o pseudônimo "Maya Angelou" - ela se afirmou como atriz, cantora e dançarina em várias montagens teatrais que percorreram o país, tais como: Porgy and Bess,
 Calypso Heatwave, The Blacks e Cabaret for Freedom; Nos anos 60 ela era amiga de Martin Luther King Jr. e Malcolm X; ela serviu no SCLC com Dr. King, e trabalhou durante anos para o movimento de direitos civis. 
Também nos anos 60, ela trabalhou e viajou pela África, como jornalista e professora, ajudando vários movimentos de independência africanos. 

Em 1970, ela publicou o primeiro livro, I Know Why the Caged Bird Sings, para grande aclamação, e foi nomeada para o Pulitzer Prize em poesia no ano seguinte.
Angelou teve uma carreira longa e distinta, é poetisa, escritora, ativista de direitos civis, e historiadora, entre outras coisas. 
Fonte: Wikipédia





O poema abaixo de Angelou é um dos meus preferidos. 
Ele refere-se a todo preconceito e racismo contra o negro e de sua luta e resistência. 

Para mim ele também fala sobre segundas chances, sobre nunca desistir e continuar tentando, mesmo quando as coisas não estão dando certo há muito tempo.  
Serve também para quando você for traído ou enganado pelas costas. 
Para quando a lua for embora e um véu de escuridão cair sobre você. 
Enfim, é um poema de Esperança.


AINDA ASSIM, EU ME LEVANTO

Maya Angelou 

Traduzido por Mauro Catopodis

Você pode me riscar da História 
Com mentiras lançadas ao ar.   
Pode me jogar contra o chão de terra,   
Mas ainda assim, como a poeira, eu vou me levantar.  

Minha presença o incomoda?   
Por que meu brilho o intimida?   
Porque eu caminho como quem possui   
Riquezas dignas do grego Midas.  

Como a lua e como o sol no céu,   
Com a certeza da onda no mar,   
Como a esperança emergindo na desgraça,   
Assim eu vou me levantar.  

Você não queria me ver quebrada?   
Cabeça curvada e olhos para o chão?   
Ombros caídos como as lágrimas,   
Minh'alma enfraquecida pela solidão?  

Meu orgulho o ofende?   
Tenho certeza que sim   
Porque eu rio como quem possui   
Ouros escondidos em mim.  

Pode me atirar palavras afiadas,   
Dilacerar-me com seu olhar,   
Você pode me matar em nome do ódio,   
Mas ainda assim, como o ar, eu vou me levantar.  

 Minha sensualidade incomoda?   
Será que você se pergunta   
Porquê eu danço como se tivesse   
Um diamante onde as coxas se juntam?  

Da favela, da humilhação imposta pela cor   
Eu me levanto   
De um passado enraizado na dor   
Eu me levanto   
Sou um oceano negro, profundo na fé,   
Crescendo e expandindo-se como a maré.  

Deixando para trás noites de terror e atrocidade   
Eu me levanto   
Em direção a um novo dia de intensa claridade   
Eu me levanto   
Trazendo comigo o dom de meus antepassados,   
Eu carrego o sonho e a esperança do homem escravizado.   
E assim, eu me levanto   
Eu me levanto   
Eu me levanto.   
   

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