domingo, 16 de março de 2014

Basta de violência contra a mulher.



Na véspera do dia da mulher, cedo da manhã, entrei em um táxi, o rádio do carro estava ligado. 
O comentarista do programa abordava a situação da violência contra a mulher em Santa Maria.


Na hora lembrei que participei em 1993, há 21 anos atrás, do Conselho Municipal dos direitos da Mulher, representava naquela época o grupo "Mulheres em movimento". 
Foram inúmeras às vezes que debatemos e encaminhamos políticas voltadas a prevenção à violência contra a mulher no município. Anos depois, por uma série de motivos, a ocorrência de casos de violência de gênero parece continuar com números alarmantes.

Documento que o prefeito nomeava as representantes do Conselho da mulher na cidade.



Nestes últimos anos, houve alguns avanços no campo da luta dos direitos das mulheres, poucos. Estamos muito longe de mudarmos a cultura do machismo e da sociedade patriarcal que vivemos.



Para ilustrar a afirmação acima, retirei um trecho de uma reportagem do jornal "A Razão", de Santa Maria, publicada em 08 de março de 2014:



"Agressões, abusos e violência estão presentes no cotidiano das brasileiras e também das santa-marienses. De acordo com informações da Delegacia da Mulher de Santa Maria, até o final de fevereiro, 659 ocorrências foram registradas na cidade. 

Em 2013, durante todo o ano, o número atingiu 4.162 ocorrências.

Também, até o momento, foram realizadas 10 prisões por violência contra mulheres. Dessas, cinco foram em flagrante, cinco preventivas (casos em que o juiz ainda não decidiu sobre o caso, mas a prisão ocorre para proteção da vítima). Em todo o ano passado, foram 59 prisões (32 em 
flagrante, 27 preventivas"....






________

Estou falando superficialmente de apenas uma das pautas históricas do movimento de mulheres. 


Porque basta de violência contra a mulher! Este tema precisa ser duramente enfrentado e os índices precisam diminuir drasticamente em nosso país.

Enquanto isto, nós mulheres continuaremos ainda por gerações renovando nosso compromisso na luta por um mundo anticapitalista, antipatriarcal, um mundo melhor,  em que a opressão e a discriminação seja trocada por valores de justiça, igualdade, liberdade, paz ...
-----
Outra pauta que precisamos abordar cada vez mais é sobre o aprisionamento dos nossos corpos em padrões ideais de beleza, juventude e magreza. 
A beleza do ser humano não deve ser padronizada ou medida, não deve servir para excluir ou discriminar.
Beleza é algo subjetivo e relativo. 
Estamos criando uma geração de mulheres que não sabem se amar e precisarão reaprender a amar o seu corpo do jeito que ele é: gordo, magro, baixo, com celulite, com cabelo curto, comprido, crespo, liso, com seios e bundas de diferentes tamanhos... ou seja, sem a ditadura de um tipo de beleza.

E eu, por minha vez acho que homem ou mulher belo é aquele que luta por um mundo melhor.



"Lindas mulheres indagam onde está o meu segredo

Não sou bela nem meu corpo é de modelo
Mas quando começo a lhes contar
Tomam por falso o que revelo
Eu digo,
Está no alcance dos braços,
Na largura dos quadris
No ritmo dos passos
Na curva dos lábios
Eu sou mulher"
(...)
Maya Angelou






Nenhum comentário:

Postar um comentário