sábado, 21 de junho de 2014

Futebol e racismo


Nasci no interior do Rio Grande do Sul, onde o preconceito racial estava presente fortemente, então conheço e já presenciei situações de racismo no futebol, desde pequena.


Notícia abaixo foi retirada do site: 

http://g1.globo.com/politica/noticia/2014/06/em-mensagem-sobre-copa-papa-diz-que-e-preciso-superar-o-racismo.html

[...]

Este ano, casos de racismo no futebol foram registrados tanto no Brasil quanto no exterior. 
Atletas foram chamados de macaco, torcidas reproduziam sons de macacos e uma banana chegou a ser atirada contra o lateral-direito da seleção Brasileira Daniel Alves, na Espanha. 
Desde o início do ano, o presidente da Fifa, Jospeh Blatter, e a presidente Dilma Rousseff têm reiterado que a Copa precisa ser um evento pela paz e contra o racismo.
______________________________

Lembrei de um pequeno texto de Eduardo Galeano sobre o racismo no futebol:

Os negros


Em 1916, no primeiro campeonato sul-americano, o Uruguai goleou o Chile por 4 a 0. 
No dia seguinte, a delegação chilena exigiu a anulação da partida, “porque o Uruguai escalou dois africanos”. 

Eram os jogadores Isabelino Gradín e Juan Delgado. Gradín havia feito dois dos quatro gols.
Bisneto de escravos, Grandín tinha nascido em Montevidéu. As pessoas se levantavam quando ele se lançava numa velocidade espantosa, dominando a pelota como quem caminha, e sem se deter evitava os adversários e arrematava na corrida.
Tinha cara de santo e quanto fazia cara de mau, ninguém acreditava.

Delgado, também bisneto de escravos, havia nascido
em Florida, no interior do Uruguai. Delgado brilhava dançando nos carnavais e fazendo a bola dançar nos
gramados. Enquanto jogava, conversava, e gozava os adversários.
- Larga esse cacho – dizia, levantando a bola. E lançando-a dizia:
- Sai fora, que lá vai areia.

O Uruguai era naquela época, o único país do mundo que tinha jogadores negros na seleção nacional.

Do livro: Futebol ao Sol e à Sombra
______________________________


Mensagem do Papa Francisco aos brasileiros:


Queridos amigos,

É com grande alegria que me dirijo a vocês todos,
 amantes do futebol, por ocasião da abertura da Copa do Mundo de 2014 no Brasil.

A minha esperança é que, além de festa do esporte, esta Copa do Mundo possa tornar-se a festa da solidariedade entre os povos. Isso supõe, porém, que as competições futebolísticas sejam consideradas por aquilo que no fundo são: um jogo e ao mesmo tempo uma ocasião de diálogo, de compreensão, de enriquecimento humano recíproco. O esporte não é somente uma forma de entretenimento, mas também - e eu diria sobretudo - um instrumento para comunicar valores que promovem o bem da pessoa humana e ajudam na construção de uma sociedade
mais pacífica e fraterna. Se, para uma pessoa melhorar, é preciso um “treino” grande e continuado, quanto mais esforço deverá ser investido para alcançar o encontro e a paz entre os indivíduos e entre os povos “melhorados”! É preciso “treinar”
 tanto…

O futebol pode e deve ser uma escola para a construção de uma “cultura do encontro”, que permita a paz e a harmonia entre os povos. E aqui vem em nossa ajuda uma segunda lição da prática esportiva: aprendamos o que o “fair play” do futebol tem a nos ensinar. 

Para jogar em equipe é necessário pensar, em primeiro lugar, no bem do grupo, não em si mesmo. Para vencer, é preciso superar o individualismo, o
egoísmo, todas as formas de racismo, de intolerância e de instrumentalização da pessoa humana. 
Não é só no futebol que ser “fominha” constitui um obstáculo para o bom resultado do time; pois, quando somos “fominhas” na vida, ignorando as pessoas que nos rodeiam, toda a sociedade fica prejudicada.

A última lição do esporte proveitosa para a paz é a honra devida entre os competidores. O segredo da vitória, no campo, mas também na vida, está em saber respeitar o companheiro do meu time, mas também o meu adversário. Ninguém vence sozinho, nem no campo, nem na vida!

Luke 


Eu e meu casaco de toalha de mesa, crítica de meu filho hoje a noite. 
Outra dele:
-  Que linda noite! (Eu)
- Você sempre diz isto.(Ele)
Dias de muita paciência.

Nenhum comentário:

Postar um comentário