Nasci no interior do Rio Grande do Sul, onde o preconceito racial estava presente fortemente, então conheço e já presenciei situações de racismo no futebol, desde pequena.
Notícia abaixo foi retirada do site:
http://g1.globo.com/politica/noticia/2014/06/em-mensagem-sobre-copa-papa-diz-que-e-preciso-superar-o-racismo.html
[...]
Este ano, casos de racismo no futebol foram registrados tanto no Brasil quanto no exterior.
Atletas foram chamados de macaco, torcidas reproduziam sons de macacos e uma banana chegou a ser atirada contra o lateral-direito da seleção Brasileira Daniel Alves, na Espanha.
Desde o início do ano, o presidente da Fifa, Jospeh Blatter, e a presidente Dilma Rousseff têm reiterado que a Copa precisa ser um evento pela paz e contra o racismo.
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Lembrei de um pequeno texto de Eduardo Galeano sobre o racismo no futebol:
Os negros
Em 1916, no primeiro campeonato sul-americano, o Uruguai
goleou o Chile por 4 a 0.
No dia seguinte, a delegação chilena exigiu a
anulação da partida, “porque o Uruguai escalou dois africanos”.
Eram os
jogadores Isabelino Gradín e Juan Delgado. Gradín havia feito dois dos quatro
gols.
Bisneto de escravos, Grandín tinha nascido em Montevidéu. As
pessoas se levantavam quando ele se lançava numa velocidade espantosa,
dominando a pelota como quem caminha, e sem se deter evitava os adversários e
arrematava na corrida.
Tinha cara de santo e quanto fazia cara de mau, ninguém
acreditava.
Delgado, também bisneto
de escravos, havia nascido
em Florida, no interior do Uruguai. Delgado brilhava dançando nos carnavais e fazendo a bola dançar nos
gramados. Enquanto jogava, conversava, e gozava os adversários.
em Florida, no interior do Uruguai. Delgado brilhava dançando nos carnavais e fazendo a bola dançar nos
gramados. Enquanto jogava, conversava, e gozava os adversários.
- Larga esse cacho – dizia, levantando a bola. E lançando-a
dizia:
- Sai fora, que lá vai areia.
O Uruguai era naquela época, o único país do mundo que tinha
jogadores negros na seleção nacional.
Do livro: Futebol ao Sol e à Sombra
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Mensagem do Papa Francisco aos brasileiros:
Queridos amigos,
É com grande alegria que me dirijo a vocês todos,
amantes do futebol, por ocasião da abertura da Copa do Mundo de 2014 no Brasil.
amantes do futebol, por ocasião da abertura da Copa do Mundo de 2014 no Brasil.
A minha esperança é que, além de festa do esporte, esta Copa do Mundo possa tornar-se a festa da solidariedade entre os povos. Isso supõe, porém, que as competições futebolísticas sejam consideradas por aquilo que no fundo são: um jogo e ao mesmo tempo uma ocasião de diálogo, de compreensão, de enriquecimento humano recíproco. O esporte não é somente uma forma de entretenimento, mas também - e eu diria sobretudo - um instrumento para comunicar valores que promovem o bem da pessoa humana e ajudam na construção de uma sociedade
mais pacífica e fraterna. Se, para uma pessoa melhorar, é preciso um “treino” grande e continuado, quanto mais esforço deverá ser investido para alcançar o encontro e a paz entre os indivíduos e entre os povos “melhorados”! É preciso “treinar”
tanto…
mais pacífica e fraterna. Se, para uma pessoa melhorar, é preciso um “treino” grande e continuado, quanto mais esforço deverá ser investido para alcançar o encontro e a paz entre os indivíduos e entre os povos “melhorados”! É preciso “treinar”
tanto…
O futebol pode e deve ser uma escola para a construção de uma “cultura do encontro”, que permita a paz e a harmonia entre os povos. E aqui vem em nossa ajuda uma segunda lição da prática esportiva: aprendamos o que o “fair play” do futebol tem a nos ensinar.
Para jogar em equipe é necessário pensar, em primeiro lugar, no bem do grupo, não em si mesmo. Para vencer, é preciso superar o individualismo, o
egoísmo, todas as formas de racismo, de intolerância e de instrumentalização da pessoa humana.
egoísmo, todas as formas de racismo, de intolerância e de instrumentalização da pessoa humana.
Não é só no futebol que ser “fominha” constitui um obstáculo para o bom resultado do time; pois, quando somos “fominhas” na vida, ignorando as pessoas que nos rodeiam, toda a sociedade fica prejudicada.
A última lição do esporte proveitosa para a paz é a honra devida entre os competidores. O segredo da vitória, no campo, mas também na vida, está em saber respeitar o companheiro do meu time, mas também o meu adversário. Ninguém vence sozinho, nem no campo, nem na vida!
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